terça-feira, 2 de junho de 2009

Viagem à Inglaterra e Irlanda

Depois de mais de três meses sem dar sinal de vida por aqui, vou tentar retomar as postagens pelo menos uma vez por semana.
O ritmo de vida de intercambista é muito rápido. Estudar, participar da arrumação do apartamento, fazer comida, compras no mercado... E ainda conseguir um pouco de tempo pras festinhas e uma ou outra viagem... Mas tudo tem feito parte de uma experiência fantástica...

Hoje vou falar mais da viagem que fiz na semana da Páscoa, quando tive quase 14 dias de folga na facul, e aproveitei para ir com meus amigos para a Inglaterra e para a Irlanda.

Começamos nossa jornada no dia 02 de Abril, partindo do Porto e chegando a Liverpool. A cidade é muito bonita, apesar de não possuir muita estrutura turística. A maior atração, como é de se imaginar, são os Beatles. Fomos ao tour realizado nos principais pontos da cidade relacionados à banda. Entre eles, as casas onde os quatro viveram, onde nasceram, entre outros lugares que marcaram a juventude deles e originaram temas para músicas, como a Penny Lane, a sepultura de Eleanor Rigby e o Strawberry Field. Ao final do tour, ficamos no Cavern Pub, primeiro palco do quarteto. Lá tomamos uma legítima cerveja inglesa e ouvimos, claro, Beatles, além de Credence Clearwater, Oasis e Pink Floid.

De Liverpool tomamos um ônibus para Manchester. Esta cidade, para meu espanto, tinha ainda menos estrutura e atrações turísticas que a primeira. Sua principal atração é o estádio do Manchester United, o Old Trafford. Realmente é um estádio monumental, extremamente moderno. Além disso, possui um museu do clube que praticamente narra, não só a história do time, mas do futebol inglês. Por se tratar de uma das mais importantes cidades da revolução industrial inglesa, ainda há grande herança desta época, dentre elas o belíssimo Museu da Ciência e da Indústria. Mas apesar da falta de estrutura turística, parece ser uma ótima cidade para se viver.



Partindo para o próximo destino, tomamos o avião para Dublin, Irlanda. A primeira capital européia que conheci e logo me encantei. O clima dos pubs dá à cidade um ar muito jovem e descontraído. Entre lendas de gnomos, duendes e outras coisas fantásticas visitamos os principais pontos turísticos, além de uma maravilhosa zona pesqueira e a fábrica da famosa cervejaria Guinness. Esta cerveja é simplesmente sensacional.

Na última noite em Dublin, assim como as outras duas que estivemos por lá, fomos ao Temple Bar, mais famoso pub irlandês, onde ouvimos músicas típicas em um ambiente muito descontraído. Para nossa próximo destino, eu tomaria um vôo diferente do que meus amigos iam tomar. Eu teria que estar no aeroporto de Dublin às 05:00 da matina para seguir para Londres. Logo, saindo do pub, apenas passei no hostel (=albergue) para pegar meu mochilão e esperar um pouco até o horário do ônibus que me levaria ao aeroporto. Resumindo, não durmi a noite toda.


Chegando em Londres, tive uma longa viagem do aeroporto até o centro da cidade. Cerca de uma hora e meia. Desci na Victoria Station, no coração londrino e fui em busca de encontrar meu hostel. Porém Londres tem um pequeno problema. Muitos endereços são parecidos, em regiões muito próximas. Meu albergue ficava na “Kensington Garden Square”, bem ao lado do Kensington Garden – parque muito grande, bem cuidado e bonito.
Porém na estação central me indicaram o caminho para a “Kensington Garden Road”, que ficava do outro lado do parque. Lá tentei novamente me informar, e me mandaram para a “Kensington Garden Street”. Hehehe. Agora calculem: uma noite sem dormir, procurando um endereço em Londres de uma rua muito pequena e desconhecida, com um mochilão de quase 10 quilos nas costas, andando de um lado para o outro sem saber bem para onde ir. Resumindo, cheguei ao hostel por volta das 16:00 horas, completamente quebrado.

E não acaba por aí. No albergue fui informado que não poderia pagar com meu cartão de crédito. Tive que sair em busca de um caixa eletrônico para conseguir levantar dinheiro para dar entrada no hostel. Mas enfim, tudo acabou dando certo. Acabei indo dormir por volta das 17:00 horas e, pasmem, acordei só no outro dia, às 08:00... hehehe...

Mas valeu muito a pena, pois acordei completamente revigorado e disposto. Afinal, ainda tinha praticamente cinco dias pela frente de passeios na capital inglesa.

É realmente difícil não se apaixonar por Londres.





Com todo seu charme de uma cidade com quase 2.000 anos de história, tem ainda um ar completamente cosmopolita, moderno e multi-étnico. E quando eu digo multi-étnico, não é exagero nenhum. Só para se ter uma idéia, a língua que menos se ouve falar pelas ruas é o inglês. Uma verdadeira invasão de indianos e mulçumanos em geral, muitos hispânicos, turistas franceses como eu não imaginava que encontraria, e claro, brasileiros. Ô raça que surge em qualquer condição de temperatura e pressão! Era comum encontrar conterrâneos no ônibus, no free-tour, nos pontos turísticos, no Mc Donald’s.

Aliás, essa viagem no geral foi para mim uma overdose de Mc Donald’s. Afinal, o custo de vida na Inglaterra é altíssimo, e na Irlanda então, nem se fala. A forma mais barata e prática de comer era realmente o fast-food americano. Não tinha jeito!

Mas de resto, a viagem foi simplesmente única e inesquecível. Os companheiros de viagem foram feras, sendo que tivemos até um guia em Londres. Um dos brasilienses que viajava comigo tem um amigo morando em Londres que nos ajudou muito em diversos momentos. Inclusive na semana passada foi a vez dele vir nos visitar cá no Porto. Gente finíssima.

Bom, espero que nas próximas viagens que fizer possa contar melhor minhas experiências sem esperar tanto para compartilha-las.

Ainda preciso conhecer muito de Portugal, mas levando em conta que minhas provas estão para começar na próxima semana, creio que terei muito pouco tempo. Afinal, faltam menos de dois meses para meu retorno ao Brasil. E quando digo isso não é nenhum tipo de exagero, mas parece que foi ontem que eu cheguei por aqui, ainda meio perdido e muito apegado ao Brasil.

Mas cada segundo desta incrível viagem está sendo muito bem vivido e servindo como aprendizado; das aulas às viagens, da resolução de problemas cotidianos com os colegas de apartamento à experiência de conhecer uma parte da minha família que nunca havia visto, senão em fotos.

Mas esta já é uma história que sem dúvida renderá outra postagem por aqui.

Espero que todos desse lado daí do Atlântico estejam muito bem e que saibam que lembro de cada um daqueles que sei que torcem por mim e por minha família durante esses 5 meses.

Um grande beijo a todos.