segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Carta Aberta à Comunidade Acadêmica da UNIFESP

Divulgo abaixo a carta aberta elaborada por estudantes da Universidade Federal de São Paulo, contrários aos rumos do movimento estudantil atualmente, em que se toma única e exclusivamente a greve como forma de mobilização.

Nesse momento coloco apenas a carta para conhecimento, e num próximo post (provavelmente após a assembléia que ocorrerá amanhã, deixo alguns questionamentos mais aprofundados).

Guarulhos, 18 de novembro de 2010

À comunidade acadêmica da Universidade Federal de São Paulo, da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas,

Após os acontecimentos das Assembléias Gerais dos Estudantes do Campus Guarullhos, ocorridas nos dias 11 e 17 de novembro de 2010, foi formado um grupo de discussão de alunos que se posicionam oficialmente contra o meio de conduzir assembléias por parte do Comando de Greve. Consideramos a pauta de reivindicações legítima, uma vez que os problemas relatados afetam todos os discentes, docentes e funcionários da Universidade. Assim, somos favoráveis à pauta apresentada pelo Movimento Estudantil.

Entretanto, entendemos que diante das deliberações apresentadas pelos órgãos competentes, a greve não é mais o único instrumento eficiente para encaminhar as negociações. Além disso, ficou claro que parte dos docentes do Campus Guarulhos acordam com a pauta exposta pelos estudantes e colocam-se à disposição para que se construa uma comissão mista que acompanhe o desenrolar das reivindicações. Ou seja, ocorreria uma saída estratégica da greve para que se construa um movimento mais inclusivo.

Reconhecemos o movimento da greve, desde seu início em 21 de Outubro de 2010, como organizado e representativo da maioria dos estudantes do Campus. O fato de que os alunos aderiram à greve evidencia o acordo entre os mesmos de que esta era o meio necessário para alcançarmos nossos objetivos. Porém, atuais ocorridos demonstram a ilegitimidade da Assembléia coordenada pelo Comando de Greve, o qual age como único preparado para encaminhar as discussões entre os alunos presentes, mesmo alegando princípios de democracia. A falta de legitimidade tornou-se evidente nas inscrições de falas que não foram feitas pela mesa quando se tratava da oposição à continuidade da paralisação; no boicote a essas falas, quando conseguidas, por meio de gritos, vaias e insultos, ou por meio do controle do tempo; a mesa formada em sua totalidade pelo “comando”, que não aceita opositores às suas idéias em sua composição; e ao não encaminhamento de propostas que não estejam de acordo com o posicionamento da mesa.

Parte dos integrantes do atual movimento que encaminham as reivindicações se pautam nos princípios democráticos para as decisões. No entanto, há um conflito naquilo que se considera democracia e as atitudes desempenhadas pelos mesmos, pois entendemos democracia como a valorização do diálogo, o respeito de todas as partes e não meramente uma contagem de votos. Afinal, não se pode entender democracia como instrumento de repressão às idéias contrárias, mas sim à busca por um consenso benéfico a todos.

Deste modo, nosso posicionamento é pela construção de um movimento de fato abrangente e democrático, considerando, para isso, necessário o término da greve neste momento. Deixando claro que estamos dispostos a acompanhar em conjunto com todos os alunos e professores os processos em andamento referentes à pauta de reivindicações, nos mobilizando de outras formas, como já temos feito. Afirmamos ainda que continuamos abertos ao diálogo, como sempre estivemos e convidamos todos os estudantes a participarem das próximas reuniões e da Assembléia Geral do Campus.

Atenciosamente,

Estudantes da Universidade Federal de São Paulo – Campus Guarulhos

domingo, 7 de novembro de 2010

tirando o pó

Oi, como vai você?

Depois de mais de 1 ano sem postagens aqui no Blog, me lembrei que ainda possuo a capacidade de escrever, mesmo que coisas não mais relacionadas ao intercâmbio. Portanto, estou retomando meu blog, com a esperança de postar pelo menos uma vez por semana sobre temas diversos.

Amigos, relacionamentos, política, pesquisa acadêmica, futebol... e tudo o mais que der na telha e que me sugerirem...

Nesse primeiro-novo post, vou tentar falar um pouco (muito pouco e superficialmente) sobre minha experiência depois do intercâmbio.

Ter morado fora, saído de casa, conhecido pessoas, sem dúvida foi a melhor experiência da minha vida. Pensar que com 20 anos eu estava vivendo coisas que meus pais, com 50 anos nunca viveram nem viram, é algo até meio confuso. E o que eu já previa, ainda quando estava no Porto, acabou por se concretizar.

A vivência de morar sozinho, conhecer muitas pessoas diferentes, viver situações nunca antes imaginadas, e depois de tudo isso... voltar pra casa dos pais. O choque seria evidente. E não só o choque entre pais e filhos, mas também a divergência de estilo de vida que eu adquiri em confronto ao que meus pais mantiveram, a divergência natural de gerações e principalmente, as contradições que se criaram em minha cabeça. (Momento desabafo...)

Voltar de Portugal não foi só o retorno às origens e muito menos o retorno à uma rotina. Voltei ingressando em outro ramo de trabalho completamente diferente de tudo que jpa tinha feito; voltei solteiro; voltei a ter amigo; voltei com o ritmo de festas e vida social que adquiri em Portugal, e que não pretendo abandonar antes dos 60 anos...

Voltar nem sempre significa retroceder.
Voltar muitas vezes é renovar.

Agora vivo diversas inquietações e dúvidas que me deixam sem um rumo definido. No momento que seria a reta final de 4 anos de graduação em Ciências Sociais, me sinto muitas vezes com as inseguranças da 1ª semana de aula da faculdade.

E a única idéia que me acalma e me ajuda a tomar uma decisão é a de voltar para Portugal para trabalhar e fazer meu mestrado.

Enquanto fico nessas incertezas, a vida vai correndo e eu aproveitando-a perto das pessoas que eu mais gosto.

Vou nessa, que a outra já foi...